Politiquises

Propostas meio elaboradas

Já estamos em plena campanha eleitoral, o Bloco de Esquerda através da sua líder, Mariana Mortágua, propôs a baixa do IVA da electricidade para 6%.

Eu concordo, a electricidade é um bem essencial, faz total sentido. Mas o que me fez confusão, é a maneira como a proposta foi feita, parece que foi uma conversa de tasca. 

Um partido político tem a responsabilidade, até digo mais, tem obrigação de responder às seguintes perguntas, cada vez que faz uma proposta. 

Quanto vai custar esta proposta, no orçamento do estado?

E onde vai buscar dinheiro, para compensar a perda no orçamento?

Aumentar outros impostos? Quais impostos? Ou então vai diminuir as despesas do estado? Quais despesas?

Devia de ser obrigatório colocar estas respostas nas propostas. Esta crítica não é exclusiva para o BE, é para todos os partidos, que cometem o mesmo erro.

Quem faz muito isto é o Chega, propõe mil e uma coisa,

Na proposta não responde a estas perguntas, apenas critica os “lucros excessivos” da EDP e recorda o caso da EDP que não pagou os impostos pela venda das barragens. Nesta segunda parte concordo com BE, se qualquer pessoa é obrigada a pagar impostos, as empresas também tem o que fazer, tem que existir igualdade.

Educação financeira

Nos últimos dias o BE esteve envolvido num conflito de ideias com a Iniciativa Liberal, sobre a iliteracia financeira.

O IL defende uma maior educação nas escolas, eu concordo plenamente.

O BE colocou isto no Twitter:

Ou seja, para eles, o conhecimento leva a escolhas erradas. O melhor é não pensar, é seguir o que o estado determina.

Que raio de liberdade é esta que o BE defende? 

A liberdade individual é essencial, como a liberdade financeira, para o ser humano. Cada um de nós deve ter a liberdade de decidir o que quer para si e para o seu futuro.

Podemos tomar medidas erradas?

Claro que podemos, mas é as nossas escolhas, por isso devemos estar bem informados, para permitir fazer as escolhas certas.

Já algum tempo eu fiz um texto sobre a baixa literacia financeira em Portugal.

Mudança

Quando o BE surgiu, eu era um jovem, o BE trouxe ideias “refrescantes” para a política portuguesa naquela época.

Eu próprio revia-me em muitas propostas/ideias do BE, mas agora são muito poucas onde me revejo. Eu ainda não consegui compreender, se fui eu que mudei muito ou se foi o partido mudou.

Já pensei muitas vezes sobre o assunto, mas ainda hoje tenho muitas dificuldade em me definir qual o meu espetro político.

Eu acho que sou do centro, não sei. Ao mesmo tempo concordo com algumas ideias do BE, como concordo com ideias da Iniciativa Liberal. Não sou vidrado num partido, gosto de ter a a liberdade de pensar pela minha cabeça. De analisar as propostas/ideias, uma a umas e tirar a minha conclusões.

Eu sou da opinião que os governos demasiados à esquerda são maus para o país, como também acho que será desastroso para Portugal, um governo liberal.

A meu ver, tem que existir um equilíbrio entre ambos. A implementação de algumas medidas liberais cirúrgicas, que permita que o privado se desenvolva, sobretudo diminuir burocracia. Ao mesmo tempo acho importante o papel do governo, sobretudo a nivel social. Acho que tem um papel fulcral na educação e saúde. E empresas, como das águas e a Ren nunca deviam ser privatizadas. Mas apesar de tudo, a minha concepção de estado será menor ao existente.

O problema aqui não é se existe muito ou pouco estado, tem que existir é boa gestão das empresas públicas e dos dinheiros públicos, é o tem tem faltado.

A minha mente é uma confusão.