Orientação de Voto

Este estudo é bem representativo da divergência geracional que existe em Portugal, sobretudo em quem foi votar nas legislativas de 2024.

Nos +65 anos, são 65% esquerda e 37% na direita. Mas entre os 18 e 34 anos, são 30% na esquerda e 64% na direita. A esquerda tem menos da metade. Ainda é muito o reflexo da herança do 25 de Abril, muitas pessoas votam em partidos, pelo que fizeram no passado e não pelo que fazem hoje em dia.

A maior discrepância é no PS, com 48% nos +65 anos, para apenas 13% dos mais novos. O Chega está no sentido oposto, 8% para 25%.

Nos “pequeninos”, a situação do PCP era previsível, mas o destaque vai para o Livre e o IL, ambos com 1% nos +65 anos, mas têm um crescimento nos mais jovens, com 6% e 11%, respectivamente.

O PS, nos últimos anos, virou muito para esquerda, afastando-se do centro, mas agora está numa encruzilhada, ou volta mais para o centro, ou poderá acontecer o mesmo que o PCP, tornar-se num partido insignificante, sobretudo com um público de pessoas idosas, sem prespetivas de futuro.

Quem tem +65 anos, quer governos mais de esquerda e os mais novos(18 a 34 anos) preferem um governo de direita. Isto é bem demonstrativo, o porquê dos políticos, de todos quadrantes, apostarem em políticas de aumento de pensões, subsídios, tudo para cativar os mais velhos. Muitas das políticas beneficiam mais os velhos em detrimento dos mais novos, isso provocou uma ruptura geracional, no pensamento político, os jovens demonstram um certo cansaço com as políticas socialistas.

E como Portugal é um país com envelhecimento acentuado e o abstencionismo é menor nos mais velhos, quem cativar esta parcela de pessoas, vencerá as eleições. Segundo o INE, existem 2.2 milhões(22%) com +65 anos e 1.8 milhões (18%) entre os 18 e os 34 anos.

Nos níveis de instrução, as diferenças não são profundas mas existem, mas a direita tem um ligeira preferência pelos mais instruídos. A única excepção é o Chega, que é muito mais forte mas pessoas menos instruídas.