Eu não gosto da maior parte das ideias e políticas que o do André Ventura que defende, é demasiado populista, chega a defender ideias contraditórias. Nesta campanha eleitoral, até parece o PS a prometer aumentos salarias e de pensões para valores incomportáveis, afastando-se das duas raízes. A maior parte das propostas, são isso mesmo, apenas propostas, porque são impossíveis de implementar, é o populismo no seu esplendor.
Mas tenho que reconhecer, que é muito inteligente, muito bom a comunicar, como político é muito bom, possivelmente o melhor da atualidade. É extremamente hábil nos debates políticos, faz as perguntas certas, mete o dedo na ferida.
Ontem houve outro episódio onde se destacou, no debate político com Paulo Raimundo do PCP(CDU).
André Ventura fez duas vezes a pergunta: o PCP defende a saída do Euro e da União Europeia? O líder do Chega faz a pergunta porque, disse no debate com Paulo Raimundo, foi a leitura que fez do programa comunista.
“O senhor deputado André Ventura vai ter de ler melhor o nosso programa eleitoral para tirar as conclusões que achar. Essa é a primeira questão. Segunda questão: está de acordo com a Política Agrícola Comum?”, respondeu Raimundo a Ventura, que retorquiu “sabe que se pode ser contra a PAC e não defender a saída da União Europeia”. O debate continuou com Paulo Raimundo a dizer que o que defendem é que “o país tem de deixar de estar sob a pressão das imposições da UE”, ao que Ventura voltou a ler que isso só acontece com a saída da União. “É uma fuga para a frente”, concluiu Paulo Raimundo sobre as perguntas e afirmações de André Ventura.
O que diz afinal o programa do PCP em relação à União Europeia e ao Euro? Todo o programa é feita numa base em que Portugal está na União Europeia, mas protagoniza-se um “Portugal livre e soberano, um País que comanda o seu destino, um povo que constrói o seu futuro”. E para isso o PCP quer “romper com as dependências externas, reduzir os défices estruturais e assegurar um desenvolvimento soberano, o que requer a necessária libertação do País da submissão ao Euro e das imposições e constrangimentos da UE, visando recuperar instrumentos centrais de um Estado soberano (monetários, financeiros, orçamentais e cambiais) e a eliminação de obstáculos ao desenvolvimento, assegurando o controlo público de sectores estratégicos como a banca e a energia”. – Observador
Em suma, Paulo Raimundo fugiu à questão, não foi capaz de dizer se o PCP é ou não a favor da saída do Euro, não são capazes de dizer um simples “sim” ou “não”.
Ao não responder, podemos tirar um conclusão, é a confirmação que o PCP são a favor da saída do Euro. O PCP sempre foi um defensor da expansão monetária, mas como é um tema impopulares, não é capaz de o admiti-lo, é um novo tabu.
Esse assunto faz lembrar outro tabu, durante todos estes anos, ninguém do partido comunista consegue admitir que Cuba ou China, são ditaduras.